PROCESSO PRODUTIVO

A CALPAR é uma empresa que atua no mercado de vendas de calcário com dois produtos distintos, Calcário Dolomítico e Calcário Calcítico.

Ela é responsável por todo o processo produtivo, desde a extração da matéria-prima até a chegada do produto acabado armazenado nos silos.

Para um melhor entendimento do trabalho será descrito brevemente os processos produtivos da empresa:

Extração:

Figura 2: Perfuratriz de rochas (ROC)

A CALPAR atualmente faz uso de duas pedreiras. Uma tem uma maior concentração de Dolomita que é o mineral usado como matéria-prima do Calcário Dolomítico, esse usado na agricultura para correção do solo, e a outra com maior concentração de Calcita que é o mineral usado como matéria-prima do Calcário Calcítico, muito usado nas indústrias e também no setor agrícola. A extração é feita pela própria empresa, através de equipamentos de furação de rochas e explosivos.

Desmonte com uso de explosivos: São utilizados dinamites encartuchados com 2 ½ ´´ x 24´´ para carga de fundo e dinamite granulado para carga de coluna.

É usado cordel detonante para ligação entre os furos e a iniciação e feita com estopim hidráulico acoplado à espoleta simples nº. 8.

Antes de cada detonação que é feita com horários previamente estabelecidos de acordo com plano de fogo, há a evacuação e isolamento da área com acionamento de sirene como sinal de aviso.

Então é feita a iniciação do fogo.

Transporte:

Todo minério extraído da mina será transportado até o britador e / ou pátio por caminhões convencionais, com capacidade de 20 t.

Figura 3: Calcário dolomítico detonado

Figura 4: Carregamento

A matéria-prima (rocha bruta) é extraída das pedreiras e transportada por caminhões até o Britador, onde passará pelo processo de britagem.

Figura 5: Transporte

O carregamento desses caminhões é feito com máquinas do modelo pá carregadeira 966C.

Britagem:

Figura 6: Vista parcial britador primário

O processo de Britagem é dividido em duas etapas, britagem primária e britagem secundária.

Figura 7: Britador de mandíbula

Na britagem primária a matéria-prima bruta vinda das pedreiras é descarregada em uma moega, e dentro dela existe um alimentador que supre o britador de mandíbula e faz a separação do rejeito (terra).

Figura 8: Cinta transportadora

Esse material após passar pelo britador de mandíbula vai através de cintas transportadoras para um galpão de armazenamento formando uma pilha pulmão onde existe um alimentador para a britagem secundaria. O rejeito é eliminado através de outra cinta transportadora.

Figura 9: Pilha pulmão

A britagem secundária é alimentada pela pilha pulmão, onde as rochas já se encontram com um tamanho menor e, são transformadas em britas que irão através de cintas transportadoras para um depósito de material britado, o qual será usado como matéria-prima da moagem.

Figura 10: Rejeito (10% da produção)

Como a empresa produz dois produtos distintos e o equipamento de britagem usado nos dois processos é o mesmo, cada tipo de rocha é britado separadamente, ou seja, quando está britando dolomita não pode britar calcita, e vice-versa.

Figura 11: Britador cônico

Figura 12: Peneira vibratória

Estoque de Produtos Semiacabados:

Os produtos semiacabados são as rochas que já passaram pelo processo de britagem e ainda não passaram pelo setor de moagem.

Figura 13: Estoque de calcário dolomítico britado

O controle desse estoque é feito de acordo com a quantidade de viagens de rochas vindas da pedreira que passam pelo britador. Cada caminhão transporta em media 22 toneladas de rocha bruta, e é dado um desconto de 20% devido aos rejeitos que vem junto das rochas.

Figura 14: Estoque de calcário calcítico britado

O operador do britador é responsável pela anotação de cada viagem que chega ao seu setor.

Moagem:

Figura 15: Moinho de bolas

No processo de moagem o material britado passa por moinhos do tipo bola que deixam o calcário com a granulometria especificada para venda. Ao sair dos moinhos, o material já está transformado em pó e será estocado em silos como produto acabado.

Ensacamento:

Figura 16: Ensacadeiras

Nesse processo o produto acabado que está armazenado nos silos é ensacado para que seja vendido. O produto só é ensacado depois de vendido, e quando ensacado já é carregado direto em caminhões, portanto não há estoque de produto ensacado.

Figura 17: Carregamento do calcário ensacado (50kg)

Há também casos de produtos que são vendidos a granel.

A CALPAR possui uma balança onde todos os caminhões que entram para carregar os produtos são pesados e, ao saírem retornam a balança para conferir o peso e garantir que a quantidade de produto está correta.

Figura 18: Carreta carregada com Calcário a granel

Os corretivos de acidez de solo com usos mais difundidos são as rochas calcárias, constituídas principalmente de Carbonatos de Cálcio e Magnésio, que através de sua granulometria (finura), obtida através de diversos processos de moagem, irá se caracterizar o produto.

A finura do calcário junto com o poder de neutralização irá definir uma das características mais importante de um corretivo de solo, denominado de Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT)

A finura é um dos fatores determinantes da velocidade de reação das rochas com o solo. As rochas calcárias são de baixa solubilidade e a sua reação com o solo se verifica através do contato da superfície exposta do calcário com o solo. Desta maneira o calcário precisa ser moído para que aumente sua superfície já que quanto menor for o tamanho da partícula, maior será a superfície de contato e, portanto mais exposta estará ao ataque dos ácidos, provocando a neutralização destes.

A legislação em vigor (Decreto nº. 4.954 de 14 de janeiro de 2004) estabelece as seguintes especificações quanto ao PRNT:

Quanto ao Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) igual ou maior que 45 %,

– O PRNT será calculado de acordo com a seguinte fórmula:

 PRNT (%) = PN X RE, na qual: 100.

– Poder de Neutralização (PN), determinado de acordo com o método analítico oficial;
            – Reatividade das partículas (RE), valor que expressa o percentual (%) do corretivo que reage no solo no prazo de 03 meses e é calculada de acordo com os seguintes critérios:

– Reatividade zero para a fração retida na peneira de ABNT nº10 (02 mm);
            – Reatividade 20 % para a fração que passa na peneira ABNT nº10 e fica retida na peneira ABNT nº20 (0,84 mm);
            – Reatividade 60 % para a fração que passa na peneira ABNT nº20 e fica retida na peneira ABNT nº50 (0,30 mm); e
            – Reatividade 100 % para a fração que passa na peneira ABNT nº50.

Deste modo, podemos então afirmar, que quanto mais alto for o PRNT de um corretivo de solo, maior será a sua eficiência, bem como mais rápida a sua atuação e incorporação pelo solo.